ModaLisboa Capital: a moda como mecanismo político e social nas propostas outono-inverno 2025/26

Entre os dias 6 e 9 de março de 2025, Lisboa assumiu o papel de capital da moda portuguesa. A edição 64 da Lisboa Fashion Week passou por diversas artérias culturais da cidade, onde foram apresentados trabalhos e coleções de designers nacionais reconhecidos e de artistas emergentes.

Ugo Camera | ModaLisboa

Entre os dias 6 e 9 de março de 2025, Lisboa assumiu o papel de capital da moda portuguesa. A edição 64 da Lisboa Fashion Week passou por diversas artérias culturais da cidade, onde foram apresentados trabalhos e coleções de designers nacionais reconhecidos e de artistas emergentes.

MODALISBOA CAPITAL foi o mote desta edição que, sob o ponto de vista da organização, foi “questionadora, provocante e desafiadora”. A premissa central focou-se em 5 capitais, o geográfico, criativo, cultural, social, económico e humano, que durante 4 dias se uniram, transformaram e criaram uma disrupção da moda enquanto mecanismo de ação na sociedade.

Os quatro dias de ModaLisboa foram uma nova forma de viver a cidade (capital geográfico), unindo as pessoas (capital social e humano), num ecossistema de moda, arte e cultura (capital criativo e cultural) em prol de um negócio que abraça centenas de trabalhadores (capital económico).

Não há Lisboa Fashion Week sem desfiles e sem a apresentação das tendências e coleções dos criadores nacionais que, como é habitual, tiveram como passarela principal o Pátio da Galé. Neste artigo, irei centrar-me em explorar as tendências e inspirações para a outono-inverno 2025/26, através das criações de cada designer.

OFF Location: A valorização do que fica em “segundo lugar”, por Constança Entrudo e a valorização da tradição e qualidade do calçado português, através do projeto Portuguese Soul by APPICAPS

Constança Entrudo

Constança Entrudo apresentou a coleção Second Best no CAM (Centro de Arte Moderna da Gulbenkian), através de uma experiência sensorial. A Moda como forma de Arte e as peças de roupa como obras-primas, numa exposição apresentada num museu de arte moderna.

A coleção outono/inverno de Constança Entrudo, funciona como uma reflexão sobre a obsessão da sociedade com vencedores e perdedores, celebrando o segundo lugar que é tantas vezes negligenciado.

Constança Entrudo

As silhuetas têm como inspiração o vestuário desportivo dos Jogos Olímpicos dos anos 80. A relação com o que fica em segundo lugar, mote da coleção, foi concretizada através da utilização de materiais considerados de segunda qualidade, numa aproximação ao trabalho minucioso desenvolvido pela construção civil, dando destaque às superfícies. As peças foram cuidadosamente produzidas à mão, com pormenores prateados impressos em tecidos delicados, malhas que lembram veludo, tafetás brilhantes plissados à mão, galochas e faixas ao estilo Miss Mundo.

Para esta coleção, Constança Entrudo colaborou com a RDD Textiles no desenvolvimento de algumas peças de malha da coleção e no design do cenário da sua apresentação. Todos os tecidos utilizados nos pódios foram fornecidos pela RDD Textiles e serão integralmente reutilizados na produção da coleção, reafirmando o compromisso da marca com a circularidade e a inovação têxtil.

Na FashionHub destacamos a criatividade da apresentação de “Second Best”, desde a elaboração do ambiente sensorial, toda a caracterização dos modelos com maquilhagem e cabelos adequados. Além dos tons de azul, destacamos o verde lima e o vermelho, que sobressaem em algumas combinações.

Portuguese Soul by Appicaps

CAPITAL foi o mote da apresentação da Portuguese Soul, responsabilidade da APICCAPS em parceria com a ModaLisboa, e que conta com o apoio do PRR, no âmbito do projeto BioShoes4all.

João Pedro Padinha

O projeto escolheu como cenário o MUDE – Museu do Design, e moldou a sua apresentação e performance artística com base na história dos pequenos produtores, que trabalham e se esforçam diariamente por procurar soluções mais responsáveis, para se tornarem uma referência internacional ao nível das melhores práticas.

Esta história só se escreve com um produto, neste caso um sapato de couro, trabalhado por mãos que carregam o saber de gerações, mas que também passam de geração em geração, porque duram uma vida, devido à sua qualidade.

As marcas em exibição foram Ambitious, Carlos Santos, Leather Goods by Belcinto, John Lakes, Miguel Vieira, Profession Bottier, Sanjo, Calçado Penha, Valuni.

Inês Barreto uniu a moda à literatura

Desassossego, a coleção outono-inverno 25/26 de Inês Barreto, é inspirada no Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa, uma obra escrita em fragmentos e posteriormente montada por outros — mas que poderia ter sido organizada de inúmeras formas.

A coleção incorpora a rejeição de Pessoa à identidade singular, abraçando em vez disso um eu fluido, moldado por camadas, contradições e uma combinação mutável de vozes interiores.

Assim, a moda surge como mecanismo de individualidade, sendo as peças expressões individuais de pensamento, mas quando usadas em conjunto formam um tecido fluido que reflete o ritmo imprevisível da mente da Designer.

Com a coleção “Desassossego”, Inês Barreto pretende celebrar a multiplicidade do eu, honrando a beleza e a complexidade de existir como uma “orquestra oculta”. Na FashionHub destacamos as texturas e cores, que coincidem com propostas sem restrições. As formas fluidas e algumas silhuetas a realçar as formas femininas, destacam-se entre os tons preto, verde, branco, e os padrões de riscas e xadrez.

Ugo Camera

Mestre Studio faz-nos refletir sobre a transição da infância para a adolescência

A coleção outono-inverno 2025/26 de Mestre Studio expressa uma dualidade entre ser criança e ser adolescente. “Não me esperes para jantar”, é uma coleção que reflete a naturalidade da transição da vida humana, com a frase que habitualmente dizíamos à nossa mãe quando combinávamos algo com os amigos.

É nesta passagem entre a infância e a adolescência — quando os bonecos dão lugar aos telemóveis, as roupas largas às saias curtas, e as jardineiras às calças de ganga — que se desenha a coleção outono-inverno 25/26. Uma narrativa entre a inocência de ser criança e a rebeldia de ser adolescente.

Mestre Studio

Esta dualidade entre a infância e adolescência está presente através do tricô manual com fios Tricots Brancal, dos blusões e jeans em ganga Troficolor, e dos tecidos Burel. Estes materiais “costuram memórias, transições e novos começos”.

Na FashionHub, o nosso destaque recai nas cores utilizadas, entre os tons avermelhados e rosa, a palete de azuis, o amarelo. As diferentes texturas também merecem a nossa atenção, a conjugação de rendas com malhas e a sobreposição de algumas peças, como camisolas e jardineiras.

O esperado regresso de Alves/Gonçalves

A edição 64 da ModaLisboa marcou o regresso de Alves/Gonçalves à passarela do evento, no Pátio da Galé – após uma ausência de mais de dois anos –, vincando uma homenagem a Manuel Alves, que morreu em maio de 2024 e formava dupla criativa com José Manuel Gonçalves.

Ugo Camera

Na coleção destacam-se peças em alfaiataria, que refletem o empoderamento feminino, desde os mais tradicionais como camel e cintura marcada, até às peças com pormenores em vinil, ombros estruturados, que conferem elegância e sofisticação.

A cor predominante é o preto, que transmite uma mensagem de afirmação, até mesmo de irreverência, mas ao mesmo tempo de delicadeza, de onde ressaltam as formas fluidas, os folhos e o peplum. Porém, destacam-se os brilhos e metalizados, assim como o vermelho, outro tom marcante, conjugado com branco, preto e, em pormenores, como cintos.

Carlos Gil apresenta “Match” entre exuberância e simplicidade

A coleção MATCH propõe uma reflexão entre a exuberância e a simplicidade, um equilíbrio delicado que reflete o percurso humano de autoconhecimento.

“O tema remete-nos “ao encontro” – consigo mesmo, com a necessidade de equilíbrio e com a autenticidade que emerge da reflexão sobre os opostos.”

Os padrões exuberantes, desenham linhas dinâmicas que conferem movimento, suavidade e elegância às peças.

Na FashionHub destacamos o ‘match perfeito’ encontrado no equilíbrio entre máximo e mínimo porque, tal como a marca apresenta, “o excesso não é o oposto do minimalismo, mas sim o ponto de partida”.

A cor é a característica que impera nesta coleção: verde limafúscialaranjacamelpreto, uma dinâmica entre diversos tons, que surgem em padrões ou de forma sólida em peças como vestidos, blazers, calças, saias, casacos, promovendo um match entre peças e tons.

Através desta coleção, Carlos Gil criou uma dimensão para reafirmar a Moda “como o espelho da individualidade humana”.

Luís Onofre reinterpreta memórias para o futuro do calçado

A coleção Legacy é mais do que uma homenagem ao passado, reflete a visão de Luís Onofre para o futuro do calçado. Contudo, foi produzida com base no equilíbrio perfeito entre nostalgia e modernidade, a coleção para o outono-inverno 25/26 é um ‘revival’ das memórias dos anos 2000 a 2010 à luz do agora. Com um legado de diferentes silhuetas a calçar a história de cada mulher, as tonalidades quentes amenizam a temporada fria.

Na FashionHub destacamos a variedade de modelos, desde os botins, às botas de cano alto, sapatos pontiagudos, botas de estilo cavaleiro. Todas são propostas disponíveis em diversos tons, desde o clássico preto e castanho, e com diversos pormenores nas fivelas que marcam a diferença em cada peça, adaptando-as a diferentes estilos e ocasiões.

Kolovrat explorou elementos da natureza

As propostas de Kolovrat para o outono-inverno 2025/26 tiveram como principal inspiração a natureza e a sua ligação com o ser humano. Desde as composições mais óbvias em que os looks têm estampado o que representa as raízes de árvores acompanhando a silhueta do corpo humano, até à exploração de diferentes materiais e texturas.

Na apresentação da coleção, a música e a dança ritmaram os passos na passarela, onde as transparências foram um dos elementos fortes da coleção. Mas, na FashionHub, destacamos também a fluidez das peças, nomeadamente saias e vestidos, as peças de pelo sintético e as formas dinâmicas e estruturadas que nos remetem para a natureza.

Luís Buchinho representou os seus 35 anos de carreira

Luís Buchinho representou na nova coleção os seus 35 anos de carreira, como reflexo do percurso e da visão do Designer, numa coleção que reforça a sinergia entre a experiência e a nova geração de criadores, através da colaboração com os estudantes da licenciatura de Design e Produção de Moda da Universidade Lusófona do Porto.

Assim, “Love”, o nome atribuído à coleção, reflete a exploração e reinterpretação de conceitos de Moda, criando peças que transcendem o tempo e se destacam pela força e assertividade das suas silhuetas.

É uma coleção escultórica, desenvolvida num jogo de dualidade entre o masculino e o feminino. As criações apresentam uma paleta de cores neutras e naturais, onde o preto e o verde brilhante adicionam um toque de sofisticação e modernidade. Cada peça é um testemunho da habilidade e inovação, refletindo a intemporalidade e o caráter distintivo da marca Luís Buchinho.

Ugo Camera

Ricardo Andrez apresenta “Far From the West” para quebrar fronteiras

Ricardo Andrez apresenta uma dose usável de pragmatismo, onde a fluidez oriental encontra a estrutura ocidental num jogo de poder inesperado.

Esta coleção redefine alguns conceitos estéticos, com misturas inusitadas, que se tornam o conceito mais esperado. As cores fortes e confiantes definem a paleta, enquanto as silhuetas se combinam entre si. A precisão inspirada no Kung Fu encontra uma suavidade inesperada, e os tecidos falam por si: pelo sintético, veludo, seda, jacquard de cetim oriental e gangas orgânicas para manter tudo equilibrado.

“Não importa de onde vens, mas sim para onde vais”, explica o designer Ricardo Andrez, que através desta coleção nos transporta para diversas culturas entre o universo ocidental e oriental. Sem fronteiras.

Ugo camera

Luís Carvalho traz de volta o ‘office core’ dos anos 90

As propostas do designer Luís Carvalho para o outono-inverno 2025/26 focam-se na desconstrução de género e da formalidade, peças de silhuetas unissexo que quebram o padrão clássico. A coleção tem a mulher como figura central, que se move todos os dias de casa para o trabalho e para as dezenas de compromissos que têm de cumprir.

A coleção destaca a mulher contemporânea, determinada, sofisticada e empoderada, com a “suavidade e força necessária para navegar no mundo corporativo”, acrescenta a marca em comunicado.

“Rush Hour” apresenta uma das imagens de marca de Luís Carvalho, fatos com silhuetas longas e fluidas, contrastando com ombros largos e estruturados. Os vestidos de cintura vincada e as saias midi de corte lápis realçam as formas femininas, o consagrado criador de moda exalta uma mistura entre sensualidade e a tendência “office core” dos anos 90.

As características da mulher trabalhadora e determinada, mas que não deixa de cuidar de si e ser sofisticada estão presentes também nas cores, desde as mais sóbrias, como pretoazul-marinhocastanho e cinza, ao contraste com os tons vibrantes, como o verde ácido e o azul Royal elétrico, usadas em combinações monocromáticas e em padrões florais e zebra.

O destaque da FashionHub recai no esforço contínuo que a marca estabelece para reforçar o compromisso com a sustentabilidade. A maioria dos materiais utilizados na produção desta coleção são provenientes de deadstock ou são fabricados com fibras recicladas, incorporando estruturas têxteis como crepe, jacquard e imitação de pele.

Ugo Camera

O regresso de Nuno Baltazar à ModaLisboa

A coleção outono-inverno 2025/26 de Nuno Baltazar, Intermission, parte da exploração do intervalo nas suas múltiplas possibilidades. “Desde geografias emocionais, a prática artística, o conflito, a introspeção e até o processo de criação”.

Na sua 42ª coleção, Nuno Baltazar parte dessa exploração para compor narrativas visuais, que dialogam entre as suas inquietações, as texturas maximalistas que coexistem com o interior ou o avesso das suas peças como camadas de um personagem.

Através desta coleção, para o criador Nuno Baltazar, a moda assume um poder disruptivo na sociedade, alertando para os diversos perigos que corremos e para os problemas que temos de enfrentar. O preto surge como tom principal, com uma mensagem poderosa contra tempos sombrios, simbolizando as guerras e as principais debilidades políticas do mundo atual.

Na FashionHub, além da mensagem política e social, destacamos as diferentes texturas e cortes, os drapeados que tentam proporcionar leveza, onde esperamos que sobressaia a empatia e humanidade, numa coleção carregada de simbolismo e onde impera uma tristeza sofisticada, como forma de expressar um descontentamento através da arte e criatividade.

Bárbara Atanásio apresenta uma reflexão sobre a sociedade e o meio digital

A designer Bárbara Atanásio intitulou a sua nova coleção de Profecia do Presente, como alerta para o mundo globalizado em que vivemos, onde a “estupidez”, sobressai cada vez mais, num “mundo que vive à beira do seu próprio reflexo”.

Na era digital, em que somos cada vez mais expostos à desinformação, surge uma sociedade sem valores, sem identidade, “refém de medicação”.

Bárbara Atanásio expressa através da moda, nomeadamente da maquilhagem dos manequins, uma sociedade doente, frágil e magoada, onde a violência tem alcançado destaque.

Ugo Camera

A roupa é fluida, informal, uma forma de identidade e irreverência, mais do que um mecanismo de pertença a esta sociedade.

ARNDES apresenta uma mistura de histórias e fragmentos

Para as propostas outono-inverno 2025/26, ARNDES apresenta Borrowed Clothes, que em tradução para português significa “roupas emprestadas”.

A coleção é feita de contrastes entre formas e texturas sobre a metamorfose de materiais clássicos. As camisas, os pesados tecidos de e os tricots feltrados “transformam-se numa coleção que traduz encontros aleatórios de pessoas, histórias e fragmentos”.

Na FashionHub destacamos as riscas e o xadrez, em silhuetas híbridas que tanto são slim como oversized, refletindo a versatilidade de um vestuário que pretende desvincular-se do ritmo acelerado da Moda.

Valentim Quaresma levou o punk para a passarela

Valentim Quaresma desconstruiu o punk dos anos 70 e a partir daí surgiu o conceito da sua coleção.

O preto, como seria de esperar, assume o papel principal, apenas conjugado com alguns pormenores em verde, castanho e amarelo, combinado num padrão em xadrez.

Sem dúvida que uma das características principais desta coleção é irreverência, através das franjas e da combinação de pelo sintético. Porém, a sofisticação é conseguida com sucesso, através das silhuetas das peças.

DuarteHajime apresenta um equilíbrio de energias

Algumas das principais características da marca DuarteHajime prendem-se com o seu lado mitológico, místico e irreverente, que reaparece em “KAERU (verbo. regressar; ir para casa, voltar)”.

A nova coleção tece uma narrativa de força, transformação e equilíbrio através de energias contrastantes, utilizando uma paleta cuidadosamente escolhida de preto, cinzento, azul profundo, vermelho, menta e verde, para refletir as suas inspirações simbólicas.

Gonçalo Peixoto propõe um regresso ao trabalho sexy e elegante

Como já é habitual, Gonçalo Peixoto coloca a Mulher num pedestal, transformando o simples em sofisticado, através de muitos brilhos e lantejoulas.

Nesta coleção, com as propostas para o outono-inverno 2025/26, a mulher assume o papel de boss e principal responsável pelo seu sucesso profissional.

Já que se trata de uma coleção para usar depois das férias de verão, marca um regresso ao trabalho de forma sexy e elegante. As peças mais impactantes da coleção são os vestidos, uma das principais criativas de Gonçalo Peixoto e os casacos de pelo.

Na FashionHub destacamos as principais silhuetas da coleção que consistem numa dualidade entre a alfaiataria oversized com ombros estruturados, até aos vestidos que realçam as formas femininas. Quanto às cores mais utilizadas na coleção, o destaque vai para o preto, verde, bordeaux e castanho.

Dino Alves e a sua coleção Fora de Série

A coleção outono-inverno 25/26 de Dino Alves, incita-nos a celebrar as pessoas que se destacam pela sua singularidade e rompem padrões.

“Fora de série”, é mais do que peças de vestuário, esta coleção simboliza um estilo de vida que procura constantemente superar-se pela originalidade e inovação. Ser um “fora de série” é assumir o compromisso de desafiar limites e transformar esse desafio numa aprendizagem e evolução.

Esta coleção pretende inspirar todos os que não se conformam com o vulgar e mediano, mas que veem no extraordinário o único caminho para o futuro.

Dino Alves

A materialização do conceito exige matérias têxteis exclusivas, criadas minuciosamente no atelier com recurso a várias técnicas de junção. Seda selvagem, jerseys, sarjas de algodão e poliéster, tule, não tecidos, plásticos, ganga orgânica, e redes, surgem em preto, pérola, beges, cinzas, dourado, prateado, cores pastel como rosa pálido, salmão, azul bebé, verde água e lilás, em contraponto com cores fortes, como verde lima, verde esmeralda, coral, bordeaux, cru, castanho, laranja, vermelho, verde sálvia e azuis.

A coleção apresenta diferentes detalhes, nomeadamente peças muitas estruturadas, acolchoados, fluidez, transparências e diferentes volumes e texturas.

O Designer estabeleceu uma parceria com a icónica criadora de joias Kukas, e mantém a colaboração de calçado feminino Dino Alves by Reve De Flo.

Balanço de 4 dias de tendências, Fast Talks e Sangue Novo

A edição 64 da Lisboa Fashion Week apresentou as principais tendências para o outono-inverno 2025/26, entre as quais se destacam a predominância do verde lima e preto, contrastados pelo vermelho e laranja; diversas inspirações nos anos 90, como o ‘office core’ de Luís Carvalho; mas também um regresso aos anos 80, com silhuetas exageradas e transparências; o oversized vai continuar a ser sinónimo de sofisticação, principalmente quando é aplicado em blazers e outras peças clássicas, por exemplo.

O MUDE – Museu do Design foi palco das Fast Talks, que tiveram moderação de Rui Maria Pêgo e onde se abordaram assuntos urgentes e emergentes para a moda e para a sociedade, nomeadamente, o futuro da Indústria, a sustentabilidade e a digitalização. Também no CAM (Centro de Arte Moderna da Gulbenkian) recebeu iniciativas que uniram a Moda e a Arte.

Dri MartinsDuarte JorgeFrancisca NabinhoGabriel Silva Barros e Ihanny Luquessa, como finalistas do concurso Sangue Novo, apresentaram as suas criações no Pátio da Galé, onde tiveram honras de destaque. No mesmo local foram anunciados os vencedores desta edição: Duarte Jorge e Gabriel Silva Barros. Podes saber mais sobre o trabalho destes jovens designers aqui.

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