O termo ‘materiais sustentáveis’, de uma forma geral, centra-se em materiais que podem ser recolhidos sem que haja uma redução de recursos não-renováveis e que podem ser produzidos, usados e descartados em quantidades necessárias sem provocar danos às pessoas e ao meio ambiente. Se os materiais naturais são frequentemente rotulados como sendo a alternativa “boa” e mais sustentável aos materiais sintéticos, é importante reconhecer que os impactos sociais e ambientais de todos os materiais variam, dependendo de onde vêm e como são produzidos, usados e descartados. As recentes inovações promoveram o desenvolvimento de uma gama de novos materiais reciclados, recicláveis, bio, biodegradáveis, com base em papel ou compostáveis, que tendem a ser promovidos como as opções preferíveis e sustentáveis. Porém, ainda há falta de dados que permitam comparar sobre as suas propriedades técnicas, além dos impactos ambientais, para sustentar a afirmação. Para avaliar o potencial ambiental de qualquer material é essencial considerar o impacto do ciclo de vida completo do material escolhido. Contudo, há diversos fatores que devem ser tidos em consideração, desde a seleção do material certo e a rastreabilidade da cadeia de abastecimento para possibilitar a monitorização da obtenção de fibras cruas e processos de fabricação, incluindo o uso de substâncias químicas, distribuição de produto, lavagem e práticas de cuidado com as roupas, assim como, os produtos da moda que são descartados no final de sua vida útil, tudo deve entrar na equação. A sustentabilidade do material é, portanto, complexa e depende sempre do contexto. Tanto os materiais convencionais como os novos têm potencial de reduzir os impactos ambientais e sociais dos materiais escolhidos sob as condições certas. Ainda assim, nenhum material pode ser a “solução sustentável” para a indústria se as atuais tendências de volume e escala de produção e consumo exagerado de moda permanecerem iguais.
