O relatório anual “The State of Fashion”, desenvolvido pelo Business of Fashion e a consultora McKinsey, é um dos lançamentos mais aguardados pelos profissionais da área da Moda. Este relatório marca o ritmo dos negócios para o novo ano e apresenta as tendências e desafios mais impactantes.
Na FashionHub fizemos uma seleção de alguns conteúdos mais relevantes para demonstrar quais serão os desafios da Indústria da ModaA indústria da moda concentra diversas atividades, prática... ver mais... em 2025.
As principais ideias-chave apresentadas para o ano 2025 não são muito animadoras, pois o documento prevê um “ano turbulento” e “com desafios a cada esquina” para a indústria da modaA indústria da moda concentra diversas atividades, prática... ver mais....
Embora seja difícil prever, a indústria da modaA indústria da moda concentra diversas atividades, prática... ver mais... está prestes a passar por um ano (2025) particularmente incerto. Uma desaceleração cíclica, há muito temida, chegou.
The State of Fashion 2025
Alguns dos principais desafios da Indústria da Moda em 2025
Um dos principais desafios da Indústria da ModaA indústria da moda concentra diversas atividades, prática... ver mais... é a crise no mercado de luxo, sendo que as expectativas dos executivos não são as melhores. Segundo os dados do relatório, 80% dos executivos não esperam nenhuma recuperação na indústria da modaA indústria da moda concentra diversas atividades, prática... ver mais... global, principalmente devido a dois fatores: a falta de confiança e a menor vontade de gastar dinheiro por parte dos consumidores.
1 – Sustentabilidade cai na lista de prioridades
Um dos setores onde existe maior preocupação é a sustentabilidade, correndo o risco de diversos projetos para otimização desta vertente não se concretizarem. Apenas 18% dos entrevistados consideram a sustentabilidade como um dos três principais fatores para o crescimento em 2025, em comparação com os 29% em 2024. Esta diminuição ocorre quando a regulamentação da indústria da modaA indústria da moda concentra diversas atividades, prática... ver mais... para a sustentabilidade está cada vez mais acelerada.
2 – Mais consumo, mais stock e mais desperdício têxtil
Apesar do que seriam as expectativas normais, prevê-se que o consumo de vestuário tenha um crescimento de 63%, para 102 milhões de toneladas, até 2030.
A estes números somam-se outros igualmente preocupantes, relacionados com o stock das marcas. A indústria da modaA indústria da moda concentra diversas atividades, prática... ver mais... produziu entre 2,5 mil milhões e 5 mil milhões de produtos em excesso em 2023, num valor entre 70 mil milhões e 140 mil milhões de dólares em vendas. A participação média dos produtos das marcas de moda nos descontos aumentou 5 pontos percentuais no primeiro semestre de 2024 em comparação com o ano anterior.
Esta é sem dúvida uma temática que faz soar o alarme sobre a urgência em controlar o desperdício têxtil, que ainda continua a ser um dos principais problemas da Indústria, precisamente devido ao elevado stock produzido pelas marcas. Aliás, a União Europeia aprovou em julho de 2024, um pacote de medidas pertencente ao Regulamento de Ecodesign para Produtos Sustentáveis, que tem como fundamento exigir às empresas de moda que indiquem os têxteis não vendidos, de modo a tornar legal a destruição dessa componente de produtos, em 2026.
3 – Fast Fashion em expansão
A América Latina está a expandir o seu hub de produção e a tornar-se num local importante para EUA, Europa e Turquia. 65% das empresas de moda dos EUA dizem que aumentaram o fornecimento de Membros da USMCA (o equivalente a um Tratado Norte-Americano de Comércio Livre) em 2023, especialmente o México – acima dos 40% em 2020 – devido ao comércio mais vantajoso com acordos para têxteis e vestuário.
Os impulsionadores geográficos das receitas e do lucro económico também estão a sofrer mudanças históricas. Em particular, a indústria beneficiará da queda da inflação e do aumento do turismo na Europa, da resiliência dos indivíduos com elevado património líquido nos Estados Unidos da América e dos novos motores de crescimento na Ásia (para contrariar a incerteza em torno dos gastos dos consumidores na China, que ainda está a recuperar da pandemia). A China continuará a ser o centro de gravidade da região, mas à medida que o país é fustigado por contradições macroeconómicas, as marcas centrar-se-ão noutros mercados asiáticos, nomeadamente no Japão, na Coreia e na Índia.
A participação da Turquia no setor têxtil global tem aumentado, sendo que o nível de produção duplicou em relação ao valor das últimas duas décadas. Em 2023, a participação da Turquia nas exportações de têxteis e vestuário para a Europa atingiu 6%, superando o Vietnam. 25% das marcas ocidentais analisam a Turquia como um importante país para a sua produção, tais como as marcas do Grupo Inditex, a H&M, a Boohoo e a Asos.
A Shein está a trabalhar numa parceria com 1.000 fabricantes na Turquia. A iniciativa faz parte de um amplo impulso global, para a produção se realizar de forma mais próxima dos seus principais mercados consumidores.
Outros desafios
De acordo com o estudo, devido à elevada inflação, os consumidores estão cada vez mais sensíveis aos preços. Com a aceleração das alterações climáticas e a contínua reorganização do comércio global, as diferenças regionais ficam ainda mais evidentes durante este ano 2025.
A incerteza económica, as disparidades geográficas e as mudanças no comportamento e nas preferências do cliente também são desafios mencionados no relatório, que qualifica o momento como “um acerto de contas” para muitas marcas.
Contudo, ainda há luz no fim do túnel. Segundo o estudo, as marcas que são mais rápidas a “adaptar-se a convulsões num mercado caótico” são as que terão mais oportunidades.
Crescimento de outros segmentos de mercado
Embora o luxo tenha liderado a criação de valor nos últimos anos, o relatório apresentado prevê que será o não luxo o responsável a impulsionar o aumento do lucro económico pela primeira vez desde 2010 (excluindo o período da pandemia da Covid-19).
Ao contrário do setor da moda de luxo, 90% das empresas de vestuário desportivo esperam um volume de negócios estável ou crescente em 2025. E não são só as mulheres da Geração Z que preferem esta forma de se vestir, esta tendência acompanhará todos os géneros.
Otimização da experiência de compra
Ainda de acordo com os analistas, uma maneira de conseguir alavancar o mercado é melhorar a experiência de compra, já que os consumidores estão a voltar às lojas físicas em detrimento do e-commerce. As marcas também devem reavaliar em que grupos de consumidores apostar, como o caso da “Geração Prata”, clientes com mais de 50 anos, que tem os gastos associados à moda em crescimento.
Nem todas as marcas são adeptas destas alterações. As marcas mais recentes têm mais capacidade para se posicionarem à frente no mercado, em especial na categoria de artigos desportivos, já que apostam em ações inovadoras. “O antigo manual agora está obsoleto; o setor precisará de uma nova fórmula para diferenciação e crescimento”, aponta o relatório.
Sustentabilidade deve ser uma prioridade
Ainda há pouco mencionei que a maioria dos executivos não colocam a sustentabilidade como um dos três aspetos principais para o crescimento dos seus negócios em 2025.
Porém, o mesmo estudo dá indicações de que o caminho deve ser precisamente o oposto. No ano 2025, a crise ambiental continuará a ter influência nas cadeias de suprimentos de moda e na condução do comportamento do consumidor. Até mesmo os compradores que se mostrem menos recetivos a pagar mais por produtos ecologicamente responsáveis, com as consequências crescente das alterações climáticas e a ação governamental para combatê-las colocam a sustentabilidade como uma prioridade.
Segundo o relatório, as empresas que escolherem abordar a sustentabilidade com uma mentalidade de longo prazo, serão recompensados com operações comerciais mais eficientes e vantagem competitiva. “Líderes que se movem rapidamente para identificar os pontos brilhantes, sejam eles geográficos, demográficos ou tecnológicos, estarão preparados para o sucesso. Mas somente se forem capazes de evoluir”, acrescenta o estudo da BOF.
Fonte: “The State of Fashion” 2025