Certificação OEKO-TEX sofre atualizações

A certificação Oeko-Tex revelou em comunicado que efetuou atualizações às suas certificações. Entre as alterações estão a proibição imediata do uso de PFAS em têxteis, peles e calçado e novos critérios sobre os microplásticos. A longo prazo serão implementadas mudanças na rastreabilidade do couro.

A certificação Oeko-Tex revelou em comunicado que efetuou atualizações às suas certificações. Entre as alterações estão a proibição imediata do uso de PFAS em têxteis, peles e calçado e novos critérios sobre os microplásticos. A longo prazo serão implementadas mudanças na rastreabilidade do couro.

A Oeko-Tex é uma parceria entre 18 instituições cujas funções são a investigação e testagem especializadas em têxteis e couro. Os critérios desta certificação são atualizados anualmente com o objetivo de incluir novos conhecimentos ou exigências legais.

As novas regras entram em vigor dia 1 de abril, após estar concluído o processo de transição. No entanto, há algumas diretrizes que estão ativas desde 1 de janeiro: a proibição do uso de PFAS (substâncias perfluoroalquiladas); a alteração ao valor limite de flúor total (100 mg/kg), que tem interferência direta na certificação Oeko-Tex® Standard 100, Eco Passport, Leather Standard e Organic Cotton. “Esta atualização permite que todas as certificações Oeko-Tex® permaneçam em conformidade com os regulamentos dos EUA sobre PFAS”, pode ler-se no comunicado.

Para a segunda fase de atualizações está um plano para atenuar a libertação de microplásticos. Deste modo, a norma Oeko-Tex® SteP será atualizada e vai exigir instalações de produção certificadas para prevenir que nos processos de fabricação sejam libertados microplásticos, através da gestão ativa de riscos. Os microplásticos são uma ameaça aos ecossistemas aquáticos e à saúde humana e são frequentemente libertados durante as lavagens e a produção, esclarece a Oeko-Tex.

A parceria entre Oeko-Tex® e ZDHC (Programa de Descarga Zero de Produtos Químicos Perigosos), terá em 2024 uma nova etapa. As empresas certificadas Oeko-Tex® STeP recebem novos descontos para o Programa ZDHC Supplier to Zero e os interessados devem contactar o respetivo centro de testes Oeko-Tex: ZDHC Foundation Level (Nível 1) – Isenção de taxa para instalações certificadas SteP; ZDHC Progressive Level (Nível 2) – 50% de desconto para instalações certificadas STeP.

A Oeko-Tex® Leather Standard vai reforçar o processo de rastreabilidade dos materiais de couro e solicitar uma prova sobre a origem dos materiais. Tudo isto tem por base, “o Regulamento Livre de Desflorestação (EUDR) da UE (Regulamento (UE) 2023/1115), adotado no verão de 2023, inclui obrigações rigorosas de devida diligência para as empresas que colocam determinadas matérias-primas e produtos no mercado europeu ou exportam dele”, reitera a Oeko-Tex.

Por fim, relativamente às atualizações nos catálogos de valores limite, foram acrescentadas novas substâncias de grande preocupação (SVHC) às seguintes certificações: Standard 100, Leather Standard, Organic Cotton e Eco Passaport. “A bis(4-clorofenil)sulfona e o solvente 1,4-dioxano podem ter efeitos graves na saúde humana e no ambiente”, esclarece a Oeko-Tex no fim do comunicado.

Obviamente que esta informação tem especial relevância para as marcas, mas é importante os consumidores terem uma ideia das certificações existentes e dos respetivos cuidados que as marcas têm de ter nos processo de produção. Assim, podem também  interpretar melhor alguns símbolos existentes nas etiquetas das peças de roupa. No Glossário da Moda Responsável tens disponível no website da FashionHub, encontras mais pormenores sobre esta e outras certificações.