Reciclagem Mecânica

A reciclagem mecânica é o único tipo de reciclagem praticado em larga escala em todo o mundo. O processamento mecânico é um método de reciclagem em que o tecido têxtil é quebrado enquanto se tentam preservar o máximo de fibras possível. Após a remoção de acessórios como fechos e botões, as fibras são trituradas e logo após esse processo podem ser fiadas para criar novos tecidos. Esta é a técnica mais comum para reciclar têxteis e é um processo particularmente bem desenvolvido para têxteis de algodão. [1] A ação mecânica permite obter novas fibras têxteis, mas estas fibras são de tamanho consideravelmente inferior às virgens, o que faz com que a resistência dos têxteis elaborados a partir delas seja inferior. É por isso que a maioria das aplicações acontece fora da indústria têxtil (painéis de isolamento) ou resulta em produtos mais grosseiros (ex. cobertores). Este problema pode ser mitigado através da adição de uma percentagem de fibras virgens. As tecnologias emergentes (soft recycling) estão a permitir obter fibras de maior qualidade no final do processo. [2]

Os protocolos de processamento mecânico podem diferir dependendo do material, portanto, também adquirem diferentes níveis de classificação antes do início do processo.

Os têxteis são separados por composição de tecido e por cor para evitar tingimento e branqueamento de materiais. Depois de separados, os materiais têxteis são triturados, lavados e separados em fibras menores. Essas fibras individuais são alinhadas num processo conhecido como cardagem, uma preparação para serem fiadas juntas. Algumas fibras, incluindo o algodão, devem ser fiadas juntamente com uma fibra transportadora para manter a qualidade superior. [3] Essas fibras transportadoras são comummente o algodão, o algodão orgânico ou o poliéster. Uma vez que as fibras são transformadas em novos fios, podem ser usadas para criar novos tecidos. Este processo funciona como um ciclo semifechado de reciclagem. [1] O número de vezes que um material pode ser reciclado depende da qualidade das fibras, que diminui a cada ciclo de processamento mecânico.

O processamento mecânico também pode ser usado com outros materiais além dos têxteis. Um exemplo comum disso é o poliéster. No caso do poliéster, os materiais reciclados são garrafas plásticas feitas de polietileno tereftalato (PET). De maneira semelhante aos têxteis, os plásticos são separados de acordo com a cor e composição quando chegam às instalações de reciclagem. O plástico é então triturado e lavado, assim o próximo passo é quebrá-lo e remover as substâncias nocivas. Os restos plásticos secos são moldados em pastilhas de PET e depois passam por extrusão para criar novas fibras. [3] Essas novas fibras podem então ser utilizadas para criar novos tecidos.

Verificar também o conceito reciclagem química.

Referência
  1. Ribul, Miriam; Lanot, Alexandra; Tommencioni Pisapia, Chiara; Purnell, Phil; McQueen-Mason, Simon J.; Baurley, Sharon, «Mechanical, chemical, biological: Moving towards closed-loop bio-based recycling in a circular economy of sustainable textiles». Journal of Cleaner Production. 326. 129325 páginas. ISSN 0959-6526. doi:10.1016/j.jclepro.2021.129325
  2. McKinsey & Company (2022), Scaling textile recycling in Europe – turning waste into value
  3. «Fiber recycling using mechanical and chemical processes». Cattermole Consulting Inc. 10 de junho de 2019. Consultado em 14 de novembro de 2023